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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O SEQUESTRO DIFERENTE


Olá, sou P.C Junior. Irei contar agora o meu seqüestro. Esta frase é um tanto assustadora, não é? Todos devem achar que foi uma parte muito ruim de minha vida, mas inexplicavelmente para mim não foi, foi até bem divertido.

Vocês não devem estar entendendo nada. Mas vou explicar tudo.

Sou um menino com 18 anos. Na época do seqüestro tinha 12 anos.

Minha infância foi uma coisa simplesmente terrível. Sei que esse adjetivo soa meio bombástico, mas o que é que vou fazer se realmente a minha infância foi assim?

Infelizmente meu pai era muito rico e não tinha nenhum tempo para mim, nós nem se quer nos víamos durante o dia. Mas não tinha outra alternativa, tinha que ser assim. Pra mim, isso era um saco, pois sentia muita falta de meu pai.

Bem, tudo começou num belo dia ensolarado. Eu, sempre com a mesma rotina. Ir à escola, mamãe ir me buscar no final da aula, logo depois ir na aula de natação, depois ir para casa e dormir. Vou ser bem claro, já estava cansado dessa mesma rotina e cansado de minha vida.

Mas naquele dia aconteceu um imprevisto. Mamãe ficou o dia no salão de beleza e papai ficou preso na empresa. E no final da aula, ninguém foi me buscar, tinha esquecido de mim.

Surpreendentemente fiquei feliz! E então pela primeira vez segui para casa com meus amigos.

Todos já tinham chegado em suas casas, mas a minha era um pouco mais longe, então tive que seguir sozinho.

Senti no clima, algo diferente,tinha uma leve impressão que alguém estava me seguindo.

Mas não era apenas uma impressão.

Quando olhei para atrás, já era tarde demais. Tinha dois homens coladinhos em mim. Então me pegaram e me jogaram dentro de um carro e levaram-me para uma casa bem antiga, no interior de SP.Mas não era simplesmente um esconderijo, era a própria casa deles.Um dos homens era mais velho e chamava-se dorisgleisom Silva.

Quando chegamos naquela casa, havia uma mulher e um menino esperando-nos. Aquela família em nenhum momento me maltratou.Quando, na minha casa mamãe chegou do salão, papai da empresa, notaram minha falta e lembraram que tinham esquecido de me buscar. Além de nunca terem dado muita atenção para mim, ficaram apavorados e imediatamente alertaram a policia da região e até o corpo de bombeiros. Começaram a busca imediatamente.

Eu já estava me incluindo com aquela família. Pra falar a verdade, aquilo nem parecia ser um seqüestro, pois eu estava gostando deles.Então resolvi perguntar a Dorisgleisom o porque daquele seqüestro.

Então me respondeu que ele era um ex-investigador de polícia com um morto em seu passado e sem nenhuma perspectiva de futuro. Eles já estavam passando fome e não tinham mais nada para comer, a casa já estava caindo, e a primeira chuva com vento ia derruba-la. E o pior de tudo, o dinheiro tinha acabado. Então foram à cidade em busca de emprego, mas sem sucesso, então viram-me sozinho na rua e resolveram me seqüestrar.

Mas já estavam arrependidos pois sabiam que iriam ser presos. Então resolvi os ajudar, pois meu pai tinha dinheiro para jogar para cima e eu já estava cansado de seu egoísmo.Mas a família de Dorisgleisom não era muito inteligente. Então tive que planejar o meu resgate, pois queria mesmo os ajudar.

Era o seguinte:

Na manhã seguinte alguém entregaria um bilhete à meu pai, com a seguinte frase:"SEU FILHO ESTÁ EM NOSSO PODER, SE QUISER O MENINO DE VOLTA, SIGA AS INSTRUÇÕES: PONHA 500 MIL DÓLARES NUMA MALA PRETA E DEIXE ATRÁS DA BANCA DE JORNAL DA ESTAÇÃO DE TREM ÀS 10h50. PEGUE O TREM DAS 11h. SE FICAR ALGUÉM VIGIANDO A MALA, O MENINO MORRE!"

Depois disso mandei seu Dorisgleisom combinar tudo com a dona da banca, dona Fátima Zoraide. Quando papai pusesse a mala, dona Fátima pegava-a e entregava-a à Dorisgleisom. Compramos facinho dona Fátima por 5 mil.Depois disso, eu chegaria em minha casa e falaria a meus pais que quem tinha me seqüestrado era um desconhecido encapuzado e que eu não o conhecia e que tinha fugido por um simples deslize dele.

Chegou o grande dia.Até a parte de Dorisgleisom pegar a mala deu tudo certo, mas o resto deu tudo errado.Papai era super esperto e não seguiu corretamente as instruções do bilhete. Ele deixou investigadores da polícia disfarçados vigiando a mala e quando Dorisgleisom pegou a a mala, eles o prenderam.Eu desconfiei que algo tinha dado errado pois já era tarde e Dorisgleisom ainda não tinha chegado.

Nesse mesmo momento quando olhei para fora a polícia já tinha cercado a casa. Meus pais estavam junto com a polícia e muito apavorados.Então resolvi sair, então gritei:

-Calma, estou bem. Onde está Dorisgleisom?

Meu pai respondeu:
-O quê quer saber desse bandido, desse safado?

Respondi:
-Sou seu amigo e por favor não o maltratem.

Meu pai não entendeu completamente nada. Então logo em seguida expliquei toda a história de Dorisgleisom.Depois de tanto insistir para soltarem Dorisgleisom da cadeia, meu pai concordou.Resolvi contar a meu pai que não agüentava mais minha vida e que nossa família é uma coisa simplesmente estúpida e um tanto dolorosa. Caramba! Podia riscar está frase, mas é que a verdade é essa e pra ser sincero, sinto muita tristeza ao relê-la. Meu pai naquele instante olhou para mim e logo disse:

-Filho, desculpa por todos esses anos, por sua infelicidade de não ter um pai presente. Do que adianta eu ter todo esse dinheiro, se não tenho a coisa mais importante......a felicidade!Naquele dia meu pai mudou completamente. Ajudou a família de Dorisgleisom e mais um montão de pessoas. E o mais importante, nossa família encontrou a chave da porta da felicidade!


Silvana Meotti

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